segunda-feira, 21 de junho de 2010

090

a propósito da reportagem de acaba de dar na maravilhosa tvi; ocorrem-me pessoas, momentos, dias, noites, lugares e conversas à cabeça. de miúdos, homens, quase homens, adolescentes, mulheres, e quase mulheres, ou até um misto dos dois. de como há tanta coisa a ser feita pela não discriminação, pela adopção e por um mundo mais igual para esta dita minoria chamada gays(porque para quem não saiba uma mulher também pode ser gay!), bis, e afins. pergunto-me bastantes vezes o porquê de tanto suposto ódio, ou será ignorância? neste momento, em que escrevo este texto ouço aimee mann que me faz lembrar o meu primeiro e único namorado, e faz-me lembrar também de como tudo era difícil e novo, de como a mãe reagiu, do coração apertado e das lágrimas a escorrerem pela cara de ambos. já lá vão muitos anos, e nesta cidade onde vivo não vejo muita coisa a mudar. é certo que alguma mudou, é certo que sou o rei da terrinha e que todos me conhecem, mas nesta batalha e neste caminho houveram outras coisas que se perderam e que é difícil recuperar. a fama ingrata que deixa as pessoas com medo ou ideias erradas a meu respeito, este blog, aquelas roupas, aquela noite no nasoni. deixa os putos com medo de avançar, deixou o puto do volei, o dos olhos azuis, o de ponte de lima, o daqui e dacula, o homem de gravata e o estudante de artes! quando vi esta reportagem passaram-me tantos momentos pela cabeça! noites de porrada, de quase porrada, de fãs e de admiração. por ser quem sou, quem pareço ser, por quem lembro ser ou pelo que fui. espero que com esta reportagem este país não pense só em futebol e se concentre mais em coisas que realmente importam como os direitos, o civismo, a educação a intelectualidade e afins! lamento a quem não deliciei com mais uma estória, mas acho que por vezes temos que mostrar outro lado e falar sobre coisas realmente importantes como foi o caso de hoje!

domingo, 6 de junho de 2010

089

sempre adorei os putos da cena e da coca. ainda ontem estava eu, já muito bêbado, vestido de maneira carnavalesca e tomando conta da pista com o meu grupo(gosto de nos definir como: crème de la crême do nasoni) quando me começo a aperceber da nova gente que se apelida da cena. aqueles putos ricos, burros que são bastante populares e que pagam coca ao pessoal da noite, daquele tipo que tem ar de mauzão, mas um mauzão que só veste circa e carhartt, e ainda daquele tipo que se considera muito macho, mas que agora usa wayfarers coloridos, calças coloridas, tennis coloridos, casacos muitoo coloridos, e umas argolas nas orelhas. daquele tipo... meu fã! não quero com isto é claro, ser preconceituoso quanto ao definir a sexualidade de alguém pela maneira de vestir porque o mesmo acontece comigo(não estou a dizer que a ilação que as pessoas tiram é errada)! continuando a estória; esses putos sempre me fascinaram, sempre rodeados de amigos, roupinhas caras(não quer isto dizer bonitas é claro!), namoradas bonitas(pseudo modelos-burras, aqueles que pagam 100 contos para fazer um book e vão por no hi5 que são modelos). já tive, digamos, o prazer de no fim de uma noite poder trocar algumas palavras, e murros com um deles e ai o fascínio foi-se todo. para além de descobrir que era homofóbico(para alem das roupas também ouvia electro fiche e ia as festinhas de electro) e que não tinha absolutamente nada na cabeça para alem de noite, droga, ser fiche, idiota e homofobico! depois dessa triste noite fiquei a pensar no que os putos de hoje se tornaram. não passam eles de crianças com falta de pais em casa, dinheiro a mais e uma cara bonita com piada? para alem disso existe o mandar cenas, sair muito a noite, ouvir electro(porque agora é muito fiche, mas continua a ser muito gay!) e ser da cena. para alem disso vai-se a intelectualidade, a cultura e a sensibilidade, respeito e afins...
é com estas merdas que me apercebo que isto esta cada vez pior, e é com putos assim que o meu tesão cresce cada vez mais! mal eles sabem que com tanta homofobia só me dão tesão de os foder!
como dizia, e penso que ainda diz uma grande amiga minha: 'a vida é puta, mas eu sou mais puta que ela'!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

088

nem sempre saio a ganhar. sim, saio a maior parte das vezes por cima, não implica isso que saia a ganhar. aconteceu com alguns tipo, acontecerá com mais alguns. ainda hoje ia descansado na rua, até que improvavelmente me cruzei com o puto do volei. apesar da paragem ser rápida e quase sem contacto visual senti o coração acelerar e um desconforto tremendo na presença dele. depois de tudo acabar, bem ou mal, bem-acabado ou mal-acabado, não gosto muito de remexer no passado. sou prático ao ponto de avançar não olhando muito para trás. a não ser, claro que esteja muito bêbado e um pouco carente; ai no dia seguinte quando vou ao telemóvel deparo-me com algumas mensagens que nunca deveriam ser enviadas, aqueles mesmo tipos que apesar de, não nutrir respeito algum por eles, nutro algum tesão e ainda sentimento de não-acabado. claro que depois disso não volto a dizer nada ou a responder a mensagens, como se aquilo fosse um incentivo para o recomeço de, talvez, uma amizade. sou prático ao ponto de não conseguir recomeçar amizades, tirando é claro raros casos, como o joel e jorge. é estranho que, por aqueles que apesar de ter gostado e sentir um grande respeito e carinho, nunca recorreria ao chamado: 'anda foder que estou bêbado!' ao contrario de algumas bestas que aparecem na vida, os chamados erros de casting. que, apesar de, ter ficado por cima, tenho sempre que tentar manter o controlo, numa de superioridade; porque nessas noites de fraqueza e de tesão ai tudo o que vem a rede é peixe. como o puto do volei houve o Ti, tipos que as coisas não ficaram bem resolvidas(pelo menos para mim), e como pratico que sou, preciso de mentalmente ter as coisas bem delineadas e separadas. com eu fiquei a perder; o controlo tem que se manter sempre, independentemente de para eles ter ficado por cima, a imagem de superior tem que se reforçar quando, como hoje, há contacto visual. é claro graças a essa estupida imagem de superioridade e rudez que tenho sobrevivido nesta selva homosexual; onde por vezes apesar de já muita prática e olho nos deixamos levar pelas ditas putas e paneleiros com uma cara bonita, um belo sorriso branco com piada e uma boa pila(não era o caso do puto do volei)! aprendi esta quarta com a margarida que há dois tipos de caixotes do lixo: aquele que poderemos reaproveitar para umas belas noites, e aquele que nem para reciclagem dá. há um motivo pelo qual não gosto de remexer no caixote do lixo, porque, claro está não gosto de voltar ao passado e não gosto de escrever estes textos melancolico-dramáticos! mas como o fim-de-semana está a porta e a noite de amanhã promete. vamos lá pinar e morrer na pista!