sábado, 5 de setembro de 2009

067

ele dizia-me ao ouvido que estava a morrer por dentro!
numa voz como quem me disse-se amo-te.
tapei os meus olhos quando o vi passar!
morria também eu um pouco por dentro!

as palavras fugiam-me nesses instantes
aquela voz de locutor de radio tornava-se cada vez mais distante!
aquele golpe não me abriu só a mim
abriu-nos aos dois
não por fora, por dentro

fecho os olhos a falta que me fazes sentir!
não pensava eu ouvir tantas vezes a tua voz
na cabeça antes de adormecer
a boleia tarda em chegar e tu em responder

são os teus verdes olhos
e as fotos de felicidade
que me fazem chorar
a boleia não vem

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