segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

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há dias que não correm tão bem. há dias assim. daqueles em que recebes um mail a dizer que tens uma dívida a uma instituição achando tu, que já estava esquecida. isto claro, depois de teres gasto mais do que o teu ordenado permite na merda de um telemóvel só porque tinha mesmo de ser aquele. há dias em que passado uma semana de o teu ex-namorado chorar ao teu ombro dizendo que te amava e que não o podias deixar, percebes que foi passar o aniversário a madrid com um caso que teve nos nossos entretantos; mas que não tinha sido nada importante! eu, será que eu não tinha sido nada importante? aposto que a esta hora esta com certeza a pensar em mim e a chorar. mas de quatro e a ser comido! está com certeza a chorar por mim cariño! as putas, somos sempre nós, como é claro! mas o pior, o pior desses dias são as pessoas. as pessoas aborrecem-me tanto,  dão-me tanto desanimo. as conversas sem sentido, as conversas eruditas, as conversas de engate e da foda, aquelas conversas confiantes e assertivas, aquelas conversas que queres dizer a ti próprio alguma coisa e tens que dizer as outras pessoas para começares a acreditar;  as do futebol, da politica. as piores, a meu ver, as profundas. sobre o sentido da vida, das coisas. são as piores para mim.  as vezes dou por mim a correr páginas sociais, no café a ouvir as pessoas, ou mesmo falando com elas e a pensar para mim: isto faz sentido? o tédio, toma-me. mesmo aqueles gajos que queres engatar, aqueles que continuas a ter historias mal resolvidas e achas que é desta que podes voltar a tentar? aborrecem-me! aborrecem-me de morte. os ex-namorados que vão passar o aniversários a chupar caralhos a Madrid, os casados, aqueles que são umas putas, aqueles que acham que são cabrões, mas não passam de uns meninos que só querem chamar atenção e mostrar o seu ego, aqueles que dizem que não são putas, esses todos que já passaram pela minha cama e que irão passar.
ainda ontem, numa queca mais-ou-menos marcada; não foi má, mas... que pessoa aborrecida. dizia-se poeta e astrónomo, ou astrólogo (como não prestei muita atenção não sei bem ao certo as qualidade do galã), entendido em história, um amante das artes e principalmente esquisito e maçador. mas o pior de tudo isso, foi ter uma casa muito estranha, parecia que tinha parado no tempo, para alem de dever muito à limpeza (o que me faz uma especial comichão). tinha também uma cobra no quarto (não percebo esta mania de ter repteis no quarto) para alem de um sem número de coisas amontoadas. pior, falou imensas vezes na morte dos pais e de como era só. o que é que uma pessoa diz nestes momentos quando só pensa em dar a dita da queca? -lamento? -os meus pêsames? -e manos, não tens?? para alem de tudo isto, fiquei lá a dormir (não sei bem como), e ai percebi que eu até podia ser prostituto. porque só me queria ir embora e estava a ser tudo tão enfadonho; mas ao contrário não fui, porque não queria deixa-lo triste. percebi ai que estava a fazer um frete e que deve ser mais ou menos parecido com o que os prostitutos fazem. pelo menos eles ainda ganham uma nota; eu, só horas perdidas. ainda de manhã, porque nos levantamos as 6 que ele trabalha cedo. não se calava, falou-me dos planos futuros, da incertezas da vida, do quão rápido passam os anos e ele não fez nada. mas NUNCA É TARDE! é o que dizemos todos, foi o que me disseram muitos. por fim, um beijo na boca, um sorriso e um vejo-te amanhã. ainda dormi uma hora antes de ir trabalhar. agora enquanto escrevo isto como uma lata de leite condensado e penso que o tempo perdido no ginásio foi em vão. que o jho está magro e eu gordo.

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