quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Último

Eu sei que também te assombro.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

110

hoje é o aniversário do jho, com o aniversário dele vem a percepção de que estou só no quarto. que partilhamos tanto cerca de um ano e que agora pouco importa. fez-me melhor pessoa, acreditar numa relação, lutar (sei que à minha maneira, mas foi lutar). ficaria aqui um bom par de parágrafos a falar sobre o que fomos e o que somos. mas as coisas têm um fim. o nosso não foi bom, como sempre assim esperei. não estou com isto a dizer, que não estou bem ou que é uma situação indiferente porque não o é. partilhei com ele a minha casa, os meus amigos, a minha roupa, as minhas cuecas, até a escova de dentes. penso que ele acha que nunca o amei, talvez pela maneira como o demonstro. devido à minha maneira de ver uma relação. ao contrário dos casais que ele conhecia, eu não o queria ver todos os dias, eu não queria ir sempre jantar com ele, passar férias e dormir todos os dias com ele. sei que acha que o amava menos, não amava. amava diferente. e pergunto-me: como é que depois de tantas coisas e tanto tempo que gastamos a nos aturar, a fazer amor, a discutir eu não mereço uma merda de um obrigado a mensagem de aniversário? como é que é possível passadas duas semanas de me ter dito que me amava, estar a passar o aniversário dele com um caso que teve no verão? terei sido eu o caso? um erro de casting na vida dele? pode o coração em duas semanas estar pronto para amar? não me sinto disponível para me envolver emocionalmente como com ele, e sei que não vou sentir tão cedo. porque tento procurar um pouco do jho nas pessoas, e não quero que isso aconteça, não quero comparar o sexo que tive com ele porque era maravilhoso, não quero comparar a maneira como me tratava, não encontrar outro peito coberto de pelos em que possa adormecer ou outros braços que me possam envolver durante a noite. o que me dizia, o sotaque e os nomes carinhosos. mas não percebo como é que se tornam sentimentos tão bonitos como os que tivemos e trocamos por aqueles que agora ele tem por mim? como não mereço um obrigado, quando só espero que ele seja feliz? como pode a adoração que sentia por mim e eu por ele tornar-se numa coisa tão feia? estará para sempre no meu coração. como é que isso se pode transformar em raiva e magoa? ou numa não resposta? acho que é hipócrita esta ida para espanha, este pseudo romance. por muito que desejasse vê-lo a ser fodido por outro gajo, por muito que isso me excite e me dê tusa, para me masturbar um sem fim de vezes a imaginar isso. fico cheio de ciumes por não ser eu agora que lá está. mas se o magoei e se esta é a maneira que ele tem de me mostrar isso. que seja. acho que temos de nos conformar com certas coisas. espero que encontre o que procura. mas não seria sincero se dissesse que estaria feliz que ele estivesse disponível para alguém. porque eu não estou. olho à volta no meu quarto e ainda tenho muita coisa dele. o raio-x na parede, o cheiro nos lençois, a almofada que ele usava para dormir porque não gostava de dormir só com uma, o candeeiro que passou meses a gozar... é por isso que não sei como se pega num ano de coisas tão bonitas e em duas semanas se guarda e se segue em frente. conformamo-nos

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

109

há dias que não correm tão bem. há dias assim. daqueles em que recebes um mail a dizer que tens uma dívida a uma instituição achando tu, que já estava esquecida. isto claro, depois de teres gasto mais do que o teu ordenado permite na merda de um telemóvel só porque tinha mesmo de ser aquele. há dias em que passado uma semana de o teu ex-namorado chorar ao teu ombro dizendo que te amava e que não o podias deixar, percebes que foi passar o aniversário a madrid com um caso que teve nos nossos entretantos; mas que não tinha sido nada importante! eu, será que eu não tinha sido nada importante? aposto que a esta hora esta com certeza a pensar em mim e a chorar. mas de quatro e a ser comido! está com certeza a chorar por mim cariño! as putas, somos sempre nós, como é claro! mas o pior, o pior desses dias são as pessoas. as pessoas aborrecem-me tanto,  dão-me tanto desanimo. as conversas sem sentido, as conversas eruditas, as conversas de engate e da foda, aquelas conversas confiantes e assertivas, aquelas conversas que queres dizer a ti próprio alguma coisa e tens que dizer as outras pessoas para começares a acreditar;  as do futebol, da politica. as piores, a meu ver, as profundas. sobre o sentido da vida, das coisas. são as piores para mim.  as vezes dou por mim a correr páginas sociais, no café a ouvir as pessoas, ou mesmo falando com elas e a pensar para mim: isto faz sentido? o tédio, toma-me. mesmo aqueles gajos que queres engatar, aqueles que continuas a ter historias mal resolvidas e achas que é desta que podes voltar a tentar? aborrecem-me! aborrecem-me de morte. os ex-namorados que vão passar o aniversários a chupar caralhos a Madrid, os casados, aqueles que são umas putas, aqueles que acham que são cabrões, mas não passam de uns meninos que só querem chamar atenção e mostrar o seu ego, aqueles que dizem que não são putas, esses todos que já passaram pela minha cama e que irão passar.
ainda ontem, numa queca mais-ou-menos marcada; não foi má, mas... que pessoa aborrecida. dizia-se poeta e astrónomo, ou astrólogo (como não prestei muita atenção não sei bem ao certo as qualidade do galã), entendido em história, um amante das artes e principalmente esquisito e maçador. mas o pior de tudo isso, foi ter uma casa muito estranha, parecia que tinha parado no tempo, para alem de dever muito à limpeza (o que me faz uma especial comichão). tinha também uma cobra no quarto (não percebo esta mania de ter repteis no quarto) para alem de um sem número de coisas amontoadas. pior, falou imensas vezes na morte dos pais e de como era só. o que é que uma pessoa diz nestes momentos quando só pensa em dar a dita da queca? -lamento? -os meus pêsames? -e manos, não tens?? para alem de tudo isto, fiquei lá a dormir (não sei bem como), e ai percebi que eu até podia ser prostituto. porque só me queria ir embora e estava a ser tudo tão enfadonho; mas ao contrário não fui, porque não queria deixa-lo triste. percebi ai que estava a fazer um frete e que deve ser mais ou menos parecido com o que os prostitutos fazem. pelo menos eles ainda ganham uma nota; eu, só horas perdidas. ainda de manhã, porque nos levantamos as 6 que ele trabalha cedo. não se calava, falou-me dos planos futuros, da incertezas da vida, do quão rápido passam os anos e ele não fez nada. mas NUNCA É TARDE! é o que dizemos todos, foi o que me disseram muitos. por fim, um beijo na boca, um sorriso e um vejo-te amanhã. ainda dormi uma hora antes de ir trabalhar. agora enquanto escrevo isto como uma lata de leite condensado e penso que o tempo perdido no ginásio foi em vão. que o jho está magro e eu gordo.